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CONTO NATAL 2024

Atualizado: 23 de dez. de 2024




O PRESENTE PERDIDO


A neve cobria o chão da cidade com uma fina camada branca, transformando cada rua num cenário mágico. As luzes penduradas nas árvores e nas bancas da Feira de Natal cintilavam como pirilampos mágicos coloridos. As pessoas andavam apressadas, envolvidas em casacos pesados, as mãos a segurar sacos e embrulhos vistosos. Era véspera de Natal e o centro da vila fervilhava de risos, músicas e aromas deliciosos de canela, bolachas e chocolate quente. Lia, uma menina de onze anos de olhar curioso e com um cachecol vermelho com imagens do Pai Natal, passeava com a mãe pela Feira de Natal, onde havia barracas de enfeites, de brinquedos, de bolos e de outras iguarias natalícias que ela tanto adorava. Não conseguia resistir a umas fatias douradas, mesmo que estivessem tão molhadas que o líquido escorria pelas mãos quando comia. Era um prazer que nem ela própria entendia.

Enquanto a mãe olhava para um conjunto de velas perfumadas, talvez para oferecer a alguma tia ou prima, Lia deixava-se distrair pelas luzes das bancas. Sentia-se como se estivesse num mundo mágico, onde tudo parecia brilhar e resplandecer. Sorriu quando viu um boneco de Pai Natal que parecia estar a trepar o telhado de uma banca mais à frente, os pés e as mãos apoiados numa escada vertical de plástico que tinha fios de luzes a rodopiar como se fossem heras. Ao longe, viu uma pequena árvore de natal, cheia de enfeites e de luzes que piscavam e mudavam de cor e de intensidade, num ritmo hipnotizante e que a fez querer tirar uma fotografia ao pé dela. Era a sua preferida.

A mãe acabou por comprar uma vela vermelha com um azevinho colado à frente, colocado numa caixa muito bonita. Pagou e colocou a prenda num dos sacos que carregava na mão esquerda. Deu a mão a Lia, que a recebeu com entusiasmo, a ideia de ir para a árvore bem fixa na mente. Foi então que, ao passar perto de uma banca de enfeites, sentiu algo debaixo do pé. Assustada por ter pisado algo que não devia, deu um pequeno salto de susto para o lado, virando imediatamente o olhar para o chão, à procura do que quer que tivesse pisado. Viu uma caixa de presente volumosa, embrulhada num papel brilhante verde com um laço vermelho e um cartão dourado preso ao topo. Abaixou-se e apanhou o pacote, virando-o nas suas mãos, à procura de alguma identificação. Num dos cantos, reparou numa etiqueta colada ao papel de embrulho.

Na etiqueta, lia-se apenas: "Para o Melhor Amigo, a Melhor Prenda de Natal".

Olhou em redor, na esperança de ver alguém à procura do presente, mas não viu ninguém aflito. Nem a mãe, focada nos enfeites dispostos naquela banca luminosa, querendo levar algum para colocar na árvore de Natal lá de casa, reparou que a filha tinha um presente de alguém nas suas mãos e que estava intrigada com o sucedido. Segurando a caixa cuidadosamente, Lia sentiu-se estranhamente emocionada. Quem teria perdido um presente tão bonito? E quem seria o "Melhor Amigo" a quem se destinava? Não podia ser... Era Natal e alguém ia ficar sem o seu presente.

— Mãe, olha o que encontrei! — exclamou, mostrando-lhe a caixa. Podia ser que a mãe soubesse ajudá-la a levar o presente ao seu dono.

A mãe, desviando a atenção de uma bola de Natal com a representação de um boneco de neve, sorriu para a filha e observou o embrulho sem compreender o que tinha acontecido.

— Que presente tão bonito, Lia. Talvez alguém o tenha deixado cair sem querer. — Fez uma pausa. — Porque não tentas encontrar o dono?

— Mas... como? Não tem identificação nenhuma. Só diz que é para o melhor amigo. Nem diz o nome do amigo nem de quem comprou este presente.

— A nossa vila não é muito grande, Lia. Tenho a certeza de que irás conseguir encontrar o dono dessa prenda. — Sorriu de forma entusiasmada e agachou-se para ficar com o rosto ao nível do da filha. — Que tal uma aventura pela vila a procurar essa pessoa?

— Seria uma aventura de Natal, mãe! Como nos desenhos animados.

— Sim, uma aventura cheia de surpresas. Que te parece? Amanhã começas a tua busca pela nossa vila.

Lia sentiu o coração acelerar. A ideia de uma aventura para devolver o presente perdido fazia-a sentir-se importante, como uma inspetora a desvendar um mistério natalício. Nessa noite, nem conseguiu dormir pacificamente como lhe era costume. A perspetiva de vaguear pela vila à procura do remetente daquele presente era muito excitante. Ia salvar o Natal a alguém, tal como via muitas vezes acontecer nos desenhos animados. Ia fazer duas pessoas muito felizes com o seu gesto altruísta. A verdade é que podia abrir o presente e ficar com ele, mas ela não era assim. Ainda por cima no Natal. Não podia ser. Tinha de fazer chegar aquela prenda à pessoa de direito, que certamente estaria aflita a achar que não iria conseguir presentear o seu melhor amigo e fazê-lo feliz no Natal.

E ela seria como um anjo de Natal que iluminaria o dia deles.

Acordou cedo e continuou a pensar num plano. Levantou-se com prontidão, ansiosa por colocá-lo em prática. Mal tocou na comida que a mãe e o pai prepararam para o pequeno-almoço. Só queria começar a sua aventura.

Saiu de casa envolvida num casaco grosso, um gorro vermelho com a ponta verde e o mesmo cachecol natalício que usara na noite anterior. Era seguro vaguear pela vila sozinha. Era uma terra pacata, encantadora e onde todos se conheciam. Por isso, foi sem qualquer hesitação que partiu na sua jornada.

A primeira paragem de Lia foi na loja da esquina, uma florista aconchegante que exalava o cheiro de pinheiro e rosas frescas. Ao entrar, foi recebida pela Dona Helena, uma senhora de cabelos grisalhos e óculos, que usava um avental sujo de terra. Era uma mulher bondosa, sempre pronta a oferecer um sorriso aos clientes, mas naquele dia os seus olhos pareciam tristes.

Lia aproximou-se timidamente. Dada a tristeza no olhar, seria ela quem teria perdido o presente?

— Bom dia, Lia, querida. Tão bom ver-te por aqui. Vieste comprar algumas flores para os teus pais?

Ela disse que não, que hoje vinha com um assunto muito importante, o que a deixou muito intrigada com o que a menina ia dizer.

— Encontrei este presente ontem na feira de Natal. Será que é seu?

A florista olhou para o embrulho nas mãos pequenas da criança e sorriu, mas abanou a cabeça.

— Não, querida, não é meu. Até porque o meu melhor amigo… bom, não interessa. Espero que tenhas sorte e encontres o dono dessa prenda.

Lia olhou-a com curiosidade, intrigada pelo tom melancólico.

— Quem é o seu melhor amigo? — perguntou.

A senhora suspirou, e por um momento, pareceu viajar nos seus pensamentos.

— O meu marido. Sabes, Lia, desde que o meu marido partiu, há alguns anos, o que mais sinto falta é de companhia. Todos os Natais sinto a sua falta. Estivemos juntos tanto tempo, partilhámos tantos momentos… E agora que estou sozinha, gostava de ter alguém com quem conversar e recordar esses dias. O meu maior presente seria ter alguém para ouvir essas histórias e passar algum tempo de qualidade.

Lia sentiu uma pontada de tristeza. Aquela senhora bondosa, que sempre tinha uma palavra amiga para todos, escondia uma solidão que ninguém percebia. Olhou para a caixa e desejou poder dar-lhe algo especial. Então, teve uma ideia. Com um sorriso determinado, perguntou:

— Posso ajudar um bocadinho? Podemos preparar ramos de Natal juntas? Sempre tive curiosidade em aprender como faz.

Helena aceitou com gratidão, e Lia passou o resto da manhã a ajudar a organizar flores e a arrumar os vasos. Enquanto trabalhavam, a senhora contou-lhe histórias antigas de Natais passados ao lado do marido. Falou sobre uma viagem que tinham feito juntos numa noite fria, e de como ele lhe trouxera flores num velho jarro, que ela ainda guardava. Fora isso que a levara a querer abrir uma florista. As flores eram especiais para o seu casamento. E para a sua vida.

Ao terminar, Helena ofereceu a Lia uma rosa vermelha seca, enrolada num fio dourado. Estendeu-a com muita cerimónia, como se de um bem extremamente precioso se tratasse.

— Toma. Esta rosa é um símbolo de amor e amizade. Tu deste-me um presente que não se encontra nas lojas nem à venda em lado algum. Obrigada, querida.

Lia aceitou a rosa com um sorriso. Despediu-se, percebendo que aquele pequeno gesto tinha sido o melhor presente que poderia ter dado à senhora.

A próxima paragem foi o parque da cidade, uma extensão enorme relvada pontuada com imensas árvores decoradas com enfeites de Natal. Ao caminhar pelo caminho coberto de neve, ouviu um leve murmúrio. Desviou-se do caminho e seguiu o som, curiosa. Parecia alguém em sofrimento. Ao passar por uma árvore com o tronco mais grosso, descobriu a origem do som. Era um senhor idoso, sentado num banco de madeira, a olhar para uma fotografia numa moldura gasta e para um postal de Natal. Ao aproximar-se, Lia viu que a fotografia era de uma mulher bastante sorridente.

— Bom dia, senhor! — cumprimentou Lia. — Estou à procura do dono deste presente perdido. Será seu?

O senhor olhou-a, surpreso, e depois sorriu com doçura.

— Não, menina. A minha melhor prenda… bem, não caberia numa caixa. — Apontou para a fotografia, percebendo que a criança estava curiosa. — É a minha filha. Vive longe, no estrangeiro, e este cartão foi o último que me enviou. Gostava tanto de poder vê-la no Natal, mas este ano não conseguiu vir passar o Natal comigo. O meu presente seria vê-la, sabes? Não tenho muito que me prenda a esta vida, a não ser a minha filhota. Ainda és muito nova para compreender, mas um dia irás perceber como os melhores presentes não são os objetos que se dão uns aos outros, mas sim as pessoas. Amigos. Família. Isso é que conta. Isso é que é importante. Não é a memória de um relógio caro que levamos desta vida, ou de um perfume ou até de um jogo de consola, mas sim as memórias dos momentos passados com os que mais amamos.

Lia sentiu um aperto no coração. Sentou-se ao lado do homem e, sem saber bem o que fazer, sentiu que devia abrir aquele embrulho. Já o tinha sentido na florista, mas agora o poder que a atraía era mais forte. Algo a impelia a abri-lo, mesmo sabendo que estava à procura do dono daquele presente. Era uma força incrível, uma atração irresistível. Sem saber se estava a agir de forma errada, abriu o embrulho num dos cantos e retirou a primeira coisa que encontrou. Sorriu ao ver como podia ser apropriado para aquele momento. Era um pequeno livro com várias histórias, vários contos bonitos e comoventes. Isso deu-lhe uma ideia.

— Posso ler-lhe uma história? — perguntou, com um sorriso. Sentia que fora para aquele momento que os caminhos de ambos se cruzaram.

O senhor assentiu, emocionado. Lia começou a ler, com a voz cheia de entusiasmo. O pequeno livro falava de várias histórias, incluindo a de um menino que vivia num mundo sem cores, até que um amigo o ensinou a ver a beleza nas pequenas coisas; leu também a história de uma mulher que não conseguira comparecer ao jantar de Natal da família, mas que por não estar presente não significava que não estava a pensar na família. Bem pelo contrário, ainda pensava mais nos familiares pela impossibilidade de estarem longe. E dessa forma sentia-os bem perto, no seu coração e em cada pensamento.

À medida que Lia lia, o senhor sentia-se envolvido pelo calor das palavras, e quando a história terminou, havia um brilho de alegria nos seus olhos que a surpreendeu. Agradecido e emocionado, o senhor agradeceu o gesto com lágrimas de saudade.

— Se a sua filha não conseguir estar cá no Natal, façam uma videochamada e jantem juntos. De certeza de que ela sabe mexer nessas coisas. Os meus pais sabem e podem ajudar, se quiser. Eu também sei. Acho eu. Posso ajudá-lo, se quiser.

O homem sorriu com ternura e passou a mão pela cabeça de Lia, agradecendo a companhia e a ajuda.

Retomou o seu caminho e, utilizando dinheiro que a mãe lhe tinha dado, comeu uma sanduíche de frango comprada numa banca de comida nas imediações do seu próximo destino: a praça central da vila. Ao chegar, ficou deslumbrada com a enorme árvore de Natal comunitária, decorada com luzes coloridas e fitas brilhantes doadas pelos habitantes e decorada com todo o carinho e espírito natalício. Várias crianças corriam à volta da árvore, brincando e rindo com aquela despreocupação que só a tenra idade conseguia almejar. Ao observá-las, Lia reparou num menino mais novo, deslocado das demais crianças. Parecia triste. Sentado no chão, segurava num boneco de peluche velho e rasgado.

Aproximando-se, Lia perguntou gentilmente:

— Olá. Estás bem?

O menino olhou para ela com os olhos tristes e explicou que tinha perdido o seu ursinho, o seu melhor amigo, enquanto brincava. Ele tinha consigo outro boneco, mas não era o mesmo. Um dos rapazes, ao vê-lo desconsolado, tinha encontrado aquele peluche no chão e achado que seria suficiente para substituir o seu brinquedo favorito. Mas não era suficiente. Ele queria o seu peluche favorito.

Lia olhou para o presente perdido e para a etiqueta. O melhor amigo. Decidiu voltar a vasculhar o embrulho misterioso. Ao enfiar a mão pelo orifício aberto anteriormente, encontrou um objeto que lhe pareceu bastante precioso e que podia utilizar naquele momento. Parecia que tinha sido colocado de propósito. Retirou-o cuidadosamente e mostrou-o ao menino. Era um coração dourado que cabia na palma da mão.

— Sabes uma coisa? Este coração é mágico. Vai proteger-te e dar-te coragem até encontrares o teu ursinho de novo — inventou, sabendo que aquela história o podia ajudar. — Este coração pertenceu a um peluche muito antigo, nos tempos dos Reis, e desde então que tem passado de criança para criança para que cada uma se reúna com o seu peluche favorito. Acho que chegou a tua vez de o teres. Depois tens de dar a outro menino para continuarmos a espalhar esta magia.

O menino aceitou o coração com um sorriso de gratidão, agarrando-o com força e acreditando no seu poder. Em seguida, deu-lhe um abraço rápido e correu para a mãe, que baloiçava um carrinho de bebé com delicadeza. O rapaz mostrou o coração dourado com renovado entusiasmo, ciente de que iria reunir-se com o seu peluche em breve graças ao poder daquele objeto.

Lia observou-o a afastar-se, sentindo-se feliz por ter ajudado mais uma pessoa a encontrar um pouco de consolo e alegria.

Continuou a sua jornada ao longo do dia. Cada pessoa que encontrava parecia precisar de algo especial, e o presente que carregava parecia sempre ter um item ou um gesto apropriado para oferecer a essa mesma pessoa.

Parecia magia.

Ao cair da tarde, Lia reuniu-se com a mãe e decidiram parar na padaria para comprar pão. Enquanto esperavam, reparou numa jovem mãe à sua frente, com dois filhos pequenos no colo. Conversava em voz baixa com a padeira, preocupada, mas Lia conseguia ouvi-la.

— Este ano não vou conseguir comprar presentes para os meus filhos — lamentou ela. — Estou a fazer o meu melhor, mas os tempos estão difíceis… ainda por cima três crianças... Não é fácil.

Lia observou a expressão da jovem mãe, tocada pela preocupação e amor pelos filhos. Lembrou-se da caixa que tinha na mão e olhou para dentro, procurando algo que pudesse oferecer. Entre os objetos que ainda restavam, encontrou um pequeno boneco de neve de cerâmica, sorridente e simpático, um globo de neve e um pequeno Pai Natal. Aproximou-se da jovem mãe e, estendendo-lhe os três presentes, disse:

— Acho que estes presentes me foram parar às mãos por um motivo, e acabei de o descobrir agora mesmo. Tome. É para dar aos seus filhos.

— Nem sei o que dizer, obrigada, querida.

A jovem mãe olhou para Lia, emocionada e incrédula pela sua maturidade. Agradeceu-lhe e aceitou os presentes com uma gratidão que transbordava de si, prometendo que aquele Natal seria certamente cheio de amor, mesmo sem muitos presentes. Esperava que os filhos entendessem.

Ao final do dia, Lia e a mãe regressaram a casa. A caixa estava quase vazia, e Lia colocou-a com cuidado debaixo da árvore de Natal. Sentia-se feliz e satisfeita. Não tinha encontrado o verdadeiro dono do presente perdido, mas a caixa revelara-se um presente mágico para aqueles que precisavam de um pouco de alegria e de conforto. Não sabia como, mas sentia que a caixa tinha sido um presente destinado a ensinar-lhe o verdadeiro significado do Natal. Seria a magia do Natal?

Na manhã seguinte, ao correr para a árvore como fazia desde sempre em todos os Natais, viu que o presente mágico continha algo novo: um bilhete dourado a tapar o buraco que ela fizera na caixa no dia anterior.

“A verdadeira generosidade é o maior dos presentes. Nunca te esqueças que o espírito do Natal vive no amor que partilhas.”

Com um sorriso e com o peito a transbordar de alegria, Lia compreendeu que cada gesto, cada pequeno ato de bondade que pusera em prática no dia anterior, era o verdadeiro presente de Natal. A caixa estava destinada a ensiná-la a importância da empatia, da bondade e do poder dos pequenos gestos. E percebeu que afinal sempre encontrara o destinatário do Presente Perdido: todas as pessoas que precisavam de ajuda, carinho, empatia, atenção e companhia.

Depois da azáfama de abertura dos presentes de Natal naquela manhã, Lia percebeu que se sentia mais empolgada com a satisfação de saber que melhorara de alguma forma os Natais das pessoas que ajudara no dia anterior do que propriamente pelos seus próprios presentes que os seus familiares lhe ofereceram.

Antes de almoço, pareceu escutar cânticos a serem entoados nas proximidades. Estranhando o sucedido, uma vez que as janeiras apenas eram cantadas em janeiro após a passagem de ano, a mãe foi para a janela e afastou a cortina para observar a rua. O seu rosto abriu-se num sorriso encantador e os olhos ficaram emocionados.

— O que é, mãe? — Perguntou Lia, estranhando a situação inédita.

— Vai abrir a porta, filhota. Acho que é para ti.

Lia levantou-se do sofá e abriu a porta de casa, os pais e o irmão mais novo atrás dela, curiosos para ver o que se passava. À frente da entrada, várias pessoas cantavam músicas de Natal numa harmonia encantadora e bem comovente. A surpresa abateu-se sobre ela ao ver que as pessoas que ajudara no dia anterior encontravam-se entre o grupo e cantavam com um sorriso enorme. A emoção só a deixou em lágrimas quando viu o cartaz que o menino que perdera o peluche apresentava com orgulho.

“Obrigado, Lia!”, leu entre lágrimas.

Aproximou-se do grupo e abraçou o menino do peluche, que agradeceu novamente e mostrou o peluche que tinha na mão. Era o seu peluche perdido. Tinha-o encontrado na noite passada, perdido debaixo do sofá e que o encontrara graças a ela.

Aproveitando a deixa, o grupo uniu-se num abraço coletivo, continuando a entoar os cânticos natalícios. Lia chorou, mas nunca se sentiu tão feliz na vida. Ajudar os outros era realmente o melhor que podia fazer pelo Natal. Esse era o melhor presente de todos.

 

FIM.

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